quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Há grades e agrados

Estou sonolento de tanto deitar,
Leve os remédios não vou mais tomar,
Me apontam o dedo, me mantenho lívido,
Me chamam de doido, mas agora estou lúcido.

Por todos os lados há grades,
Por todos os lados agrados.
Eu cansei das grades, cansei dos agrados.

Por todos os lados paredes,
Por todos os lados tijolos,
Um peixe enroscado nas redes,
Grãos atirados ao solo.

Me chamam de doido, cansei de fingir,
Agora estou lúcido e penso em fugir.

Fui aprisionado, numa fortaleza,
Envenenado, com toda destreza,
Me reeditaram, me fizeram pirar,

E até me forçaram, sociabilizar,
Não sou sociável, cansei de fingir,
Sou pássaro livre, deixe-me ir.

Por todos os lados há grades,
Por todos os lados agrados.
Eu cansei das grades, cansei dos agrados.

(Compositor: Michel F.M.)

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