domingo, 23 de outubro de 2011

Diva do Mar

Uma face luminosa,
Um reflexo lunar,
Numa tarde ociosa,
Percebi seu linguajar.

Formada com diploma,
Na arte de hipnotizar,
Começaram os sintomas,
No meu corpo se alastrar,
A alucinação me fez delirar.

Eu estava à deriva,
Prestes a naufragar,
Emergiu uma diva,
Pronta pra me resgatar,
Guiou-me até uma ilha,
Onde pude descansar.

Eu e a Diva do Mar,
Em um terno enamorar.

Essa alucinação
Me deixou seqüela,
Vaguei por toda a ilha
Procurando ela,

Maresia nebulosa,
Vi seu vulto no oceano,
Esta margem carinhosa,
Me abrigou por mais um ano.

Depois de um sono profundo,
Acordei deitado na areia,
Só me recordo por um segundo,
Do sussurro de uma sereia.

Venha vamos navegar,
Nas profundezas do oceano,
Cortaremos esse mar,
Mostrarei quanto eu te amo,
Por mais um ano, mais um ano...

Eu e a Diva do Mar,
Em um terno enamorar.

(Compositor: Michel F.M.) ©

sábado, 13 de agosto de 2011

100 anos de Paz

Conflitos no Oriente,
Combates no Ocidente,
Confrontos sem motivo,
Um processo recessivo.

Sem limites para acreditar,
Sem limites para estar,
Esperei um bom motivo para sonhar.

100 anos de Paz,
Foi com o que sonhei.

Tantas perdas de inocentes,
Só mais um, não é nada.
A ganância domina as mentes,
A soma do lucro é aproximada.

Um pingo de esperança,
Em plena tormenta,
Perseguindo a mudança,
A crença nos alimenta.

100 anos de Paz,
Foi com o que sonhei.

Apenas um sonho
Puramente irreal.
Espero que seja
Um sonho igual.

Quantos anos mais,
Nós devemos esperar ?
Esperei um bom motivo para sonhar,

100 anos de Paz,
Foi com o que sonhei.

(Compositor: Michel F.M.) ©

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Alma Viking

Ao Sol da Meia Noite,
Vago sem destino,
Liderando os guerreiros mais fortes,
Após a batalha examino,

Que as promessas foram cumpridas,
O meu legado será deixado,
As últimas preces foram ouvidas,
Sei que serei lembrado.

Porém terei que continuar,
Uma dívida me resta pagar,
Quando a trombeta soar,
“Heimdall” irá me guiar.

Até as escadarias do paraíso,
Onde as “Valkyrias”
Com seu sorriso, irei encontrar.

“Ásatrú”, “Vanatrú”,
Estarei entre vós,
E a Paz e a Luz,
Reinarão sobre nós.

Mas o descanso tem que esperar.
Uma tarefa me falta cumprir,
O “Mago Branco” soube explicar,
Me Dizendo o que estava por vir:

“No Bosque mais derradeiro,
Encontrará um Velho Ferreiro,
Que forjará por inteiro,
Um machado enfeitiçado.

Para o último combate alado,
Nos extremos do Monte Condenado,
Então a paz, terá encontrado.”

Quando alguém quiser desvendar,
O segredo da “Batalha dos Deuses”,
Por muitos meses irá procurar,
Até encontrar um dos gauleses,
Que lhe indicará:

“Busque no Fiorde Vik,
Entre as Ninfas de Colígia,
Estará Lorde Mik,
Guardando a última “Filgia”.

Aguardarei a velha ordem retornar,
Então para sempre irei descansar.

“Ásatrú”, “Vanatrú”,
Estarei entre vós,
E a Paz e a Luz,
Reinarão sobre nós.

(Compositor: Michel F.M.) ©

sábado, 25 de junho de 2011

Incondicional

As barreiras não são mais um problema,
Os degraus não são mais irregulares.
Finalmente terminei o seu poema,
Fala sobre as dezenas de lugares,
Em que buscamos juntos o mesmo ideal.
E lá em cima nos últimos andares,
Descobri que o nosso amor era fatal.

Incondicional.
Incondicional.
Duplamente frágil,
Por amar quem me faz mal.

Carregando pedras,
Dominando feras,
Duplamente ágil,
Aprendendo com as quedas.

Monitorando seus passos,
Para por fim saber,
A conseqüência de seus tratos,
Te impedem de sofrer.

Sou uma pedra em seu sapato,
A sensação é anormal,
Estabelecido o contato,
O amor foi incondicional.

Preciso acreditar que
Nossos laços se intercedem,
Para não esgotar
As forças que me regem.

Embora não peça outra chance,
Pois cansei de me humilhar,
Estando fora de alcance,
Eu me reconciliar.

Quando se ama outra pessoa
Não há nada a se fazer,
Não me importo se me odeia,
Já não amo mais você,

Por muito tempo te esperei,
Agora chega ao final,
Mas enquanto te amei
O amor foi incondicional.

Incondicional.
Incondicional.
Duplamente frágil,
Por amar quem me faz mal.

Carregando pedras,
Dominando feras,
Duplamente ágil,
Aprendendo com as quedas.

Chegam ao final
Todas as paixões.
Inevitavelmente
Com algumas condições.

(Compositor: Michel F.M.) ©

terça-feira, 24 de maio de 2011

Espírito Celeste

Milhares de quilômetros
Nos distanciaram,
Os gestos mais inóspitos
Revelaram suas faces,

Marchei entre parâmetros,
Que me dispersaram,
A exatidão multiplicou
As suas fases.

Eu não consegui tocar a Lua,
Teu corpo estava ali, teu espírito se fora.
Eu não consegui tocar a Lua,
A luz da minha noite deixou de iluminar.

Acabei cansando
E meus olhos serrilharam,
Na última cartada
Sai com quatro ases,

Mas antes da jogada
As luzes se apagaram,
Só uma fagulha
Alicerçou as minhas bases.

Eu não consegui tocar a Lua,
Roubou de mim a luz dizendo que era sua.
Eu não consegui tocar a Lua,
Roubou a minha luz dizendo que era sua.

Desta noite em diante,
Nunca mais a contemplei,
Me tornei um cego,
Pintando em uma tela,

Buscava as cores certas
E sem ver não duvidei,
Decorei o quarto
Que seria a minha cela.

Foi longo o período
Pelo qual me enclausurei,
Nem mesmo os percalços
Me fizeram desfocar,

Alimentei as forças
No percurso que tracei,
Objetivei uma vez mais te tocar.

Então consegui tocar a Lua,
Teu corpo estava ali, Teu espírito voltara,
Enfim consegui tocar a Lua,
A luz da minha noite finalmente retornara.

Resplandeceu no escuro,
Teu corpo e tua veste,
Emanando flamejante,
Teu Espírito Celeste.

(Compositor: Michel F.M.) ©

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Grandes Astros

Qual é a diferença
Entre um astro e um fã ?
Quem criou essa crença?
Ditadura pagã.

Com roupinhas bonitas
E alguns acessórios,
Com canções mal escritas
De amores ilusórios.

Quem se importa com eles ?
Os papéis vão rasgar,
E nossas pobres vidas
Irão continuar.

Grandes Astros dos Pôsteres,
Das paredes dos quartos,
Profissões tão medíocres
Quanto espalhar boatos.

Sinto o vazio que nos sugou,
A rotina a mil, ninguém se importou,
Se foram os valores
E quem os preservou,
Não sobraram nem flores,
A estima expirou.

Grandes Astros dos Pôsteres,
Das paredes dos quartos,
Uma vida fugida e alguns mimos baratos.

Não sou um astro, não sou ninguém,
Sou só mais um fiasco,
Entre os que não têm.
Mas quero amar também.

E ser visto aqui, como quem foi alguém,
Não queria ser astro, não queria ser rei,
Só queria dizer que vivi para o bem.

Grandes Astros dos Pôsteres,
Das paredes dos quartos,
Lá se vão os encartes e ficam os atos.

(Compositor: Michel F.M.) ©

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Escreva Escravo

Vamos pra escola,
Aprender a estudar,
Vem sem demora,
É hora de copiar.

Sala sem porta,
Cadeira sem fundo,
A melhor maneira
De se concentrar.

Estudando ao ar livre,
Em meio à natureza,
Tanto mato em volta,
Cobre até a incerteza.

A dura incerteza
De um futuro melhor.

Quadra interditada,
Biblioteca fechada,
Um sistema de ensino,
Para quem quer fachada.

Uma bela oração é adicionada,
Chama-se progressão continuada,
Os políticos dizem que é bom pra ensinar,
Se Freire visse iria chorar.

Escreva Escravo,
Escravo Escreva.

Professor sem apoio
E sem treinamento,
Não se pode exigir
De quem não tem acalento,
Às vezes sobra estudo,
Às vezes falta talento,
É questão de malícia
Lidar com o momento.

Falta de educação assola o país,
A dedicação é o X da questão,
Deixe que os outros resolvam a situação,
Porém nunca diga que é um cidadão.

Escreva Escravo,
Escravo Escreva.

Vá pular carnaval,
Vá jogar futebol,
Dançar música alegre,
Assistir um besteirol,

Esqueça o que eu disse
Vá ser feliz,
Viva ilusões
Quem não se contra-diz ?

Tudo isso é muito bom,
Necessário pra viver,
Mas não era só isso
Que eu queria ser.

Escreva Escravo,
Escravo Escreva.

Só educação melhora um país,
Só educação transforma um país,
Só educação muda um país,
E faz realmente, com que a gente seja feliz.

(Compositor: Michel F.M.) ©

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Fujo pro meu Refúgio

O céu vai desabar,
As colunas sucumbir,
As pessoas vão gritar,
Ninguém irá ouvir.

Essa indiferença
Me faz diferenciar,
Entre a obediência
E a arte de encarar.

Supremacia e omissão,
Regra social,
Não verei a perversão,
Tornar-se natural.

Ali terei que resistir,
Pro meu refúgio irei fugir,
E eu fujo... Fujo pro meu refúgio.

A Fortaleza de tijolos,
Me protege desses tolos,
Que se vendem por papel
E esperam de troco o céu.

No fanatismo aprendi
Mil maneiras de iludir,
Estimular a ignorância,
Contribuir com a ganância.

Mas a trincheira vai nos preservar,
A última ceia não foi num altar.
Contra as mentiras que vão nos contar,
Só o próprio Cristo pra nos salvar.

Peço a proteção do Nosso Senhor,
Porque contra a dor só vence o amor,
E contra a morte que nos caça,
A Virgem Maria nos abraça.

Recorro à crença mais uma vez,
Sem a “igreja” que tanto fez,
Rezando o credo e queimando os bruxos,
Com seus tesouros e tantos luxos,

Diferente farei, nada tenho a oferecer,
Mas no meu refúgio te honrarei,
De alma franca vou combater.

Ali terei que resistir,
Pro meu refúgio irei fugir,
E eu fujo... Fujo pro meu refúgio.

(Compositor: Michel F.M.) ©

domingo, 13 de março de 2011

Homo Faber

Abro os olhos e não consigo ver,
Respiro o ar que me enfraquece,
Se eu errar eles vão saber,
Vivo uma rotina que me empobrece.

Eu estou cansado de ser sabotado,
Mas meu sangramento já foi estancado.

Se você errar ele vai saber,
Porque ele é o Homo Faber.

Cometer um erro é imperdoável,
Sair do padrão é inaceitável.
Eles exalam seu cinismo,
Eu inalo pessimismo.

Bem na ponta do abismo,
Tratam seu povo com sadismo.

Não evite o seu dever,
Seu direito é não se vender,
Se você errar eles vão saber,
São os Senhores do Homo Faber.

Se alguém errar ele vai saber,
Pois ele é o Homo Faber,
Alienando seu caráter.

(Compositor: Michel F.M.) ©

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Almanaque da Vida (Outras Lições)

Não teria escrito o que escrevi,
Se não tivesse vivido como vivi,
Você não seria quem você é,
Sem suas manias, sem a sua fé.

Toda a ação tem uma explicação,
Tudo depende da interpretação.

Existem muitos gênios
Do pensamento e da razão.
Existem poucos gênios
Do sentimento e da emoção.

Reflita com intensidade,
Momentos bons recordamos,
Guarde sua vaidade,
Ela acaba com o passar dos anos.

Não desperdice uma chance,
Se aparecer tem que agarrar,
Um dia fora do alcance,
Com certeza ela estará.

Declare o que sente para não sofrer,
O medo é humano você tem que provar,
Não tenha receio de cair ou perder,
Oportunidades não faltam pra você levantar.

Faça pros outros o que quer pra você,
Apesar de nem sempre você receber,
A recompensa das coisas que pode fazer,
Alguém lá em cima vai te reconhecer.

(Compositor: Michel F.M.) ©

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Almanaque da Vida (Lições que não quero aprender)

Para iniciar a lição
Vou te contar um segredo,
Na falta da ação
A coragem morreu de medo.

O Capítulo um
Começa assim,
Contradizendo o comum
O infinito tem fim.

O seguro também morreu,
Aponte alguém para culpar,
Se você não entendeu,
Eu vou lhe explicar,

Porque nem toda escola
É paga pra ensinar,
Da instabilidade
Você não vai escapar.

O ser humano é cativo,
Um prisioneiro incapaz,
Em seu próprio sentido,
Ele se torna um ser voraz.
O ignorante está vivo,
O crítico jaz.

O Almanaque da Vida
Pode ensinar você,
Mas são essas lições
Que não quero aprender,

O Almanaque da Vida
Pode te ensinar,
Mas essas lições
Não quero cultivar.

Sociedade avançada,
Bebês de proveta,
A camisinha é culpada
E também é careta.

Na frente da TV
Estou aprendendo,
Procuro entender,
Quando não entendo,

É só mandar um e-mail,
Que alguém vai responder.

Acredito no humano,
No que está no papel,
No Coelho da Páscoa
E no Papai Noel.

Criticar é um crime,
Nossa vida é um filme,
Faça parte do time,
Se sabe não ensine.

Tire sempre vantagem
É o que ensina a vida,
E lembre-se que a coragem
Se tornou suicida.

O Almanaque da Vida
Pode ensinar você,
Mas são essas lições
Que não quero aprender,

O Almanaque da Vida
Pode te ensinar,
Mas essas lições
Não quero cultivar.

(Compositor: Michel F.M.) ©

sábado, 1 de janeiro de 2011

Ouço a sua Voz

Sinto uma tristeza,
Quando fico sozinho,
Tinha a convicção,
Que esse era o caminho.

Fui seguindo seus passos,
Conduzindo meus atos,
As pegadas na areia
Começaram sumir.

Fiquei preso na teia
E os meus atos covardes,
Sei que agora é tarde,
Para tentar corrigir.

Eu tinha a certeza
De ter ouvido a sua voz,
Sinto uma tristeza
Quando nós ficamos sós.

Ainda ouço a sua voz,
Sozinho torço por nós.

Estamos imóveis
No mesmo cômodo,
A comida e os vinhos
Vão estragar,

Sei que nossa vida
Se tornou um incomodo,
Nós nos esquecemos
De como amar.

Eu tinha a certeza
De ter ouvido a sua voz,
Sinto uma tristeza
Quando nós ficamos sós.

Deixamos que os outros
Decidam por nós,
Mas os outros se vão
Quando ficamos sós.

Prometo alterar
Meu comportamento,
Sinto remorso, choro, lamento,
Por tudo que fiz você passar.

Eu tenho a certeza
De ter ouvido a sua voz,
Sinto a sua beleza
Quando nós ficamos sós.

(Compositor: Michel F.M.) ©