quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Miragem

Um olhar cativante
Dominou minha mente,
Me tornei um amante,
Decisão incoerente.

Nunca pude te amar,
Pois não tive coragem,
Eu não era um covarde,
Mas ficava à margem,
Sempre soube a verdade,
Você era uma miragem.

Como posso amar
Alguém que não existe ?
Vi em terra e mar
Quem por menos desiste,

Mas vou continuar
Nem que seja uma ilusão,
Porque é melhor ser iludido,
Mas aquecer o coração.

Vi se desfazer na areia,
Desenhos de uma vida inteira.
Não vivo sem amor,
Isso aquece minha vida,

Mas sinto tanta dor,
De uma imagem esquecida.
Você está tão longe,
Do que é real pra mim,
Minha vida é só o hoje,
Nunca quis sofrer assim.

As peças se encaixam,
Quando penso em você,
Percebo nesse jogo,
Que nós dois vamos perder.

Os pólos desencontram,
O pólen faz nascer,
Os opostos se reúnem,
A nuvem faz chover,

Tudo segue uma seqüência,
Pra que possa acontecer,
Mas você não tem paciência,
Pra que eu possa amar você.

Como posso amar
Alguém que não existe ?
Vi em terra e mar
Quem por menos desiste,

Mas vou continuar
Nem que seja uma ilusão,
Porque é melhor ser iludido,
Mas aquecer o coração.

(Compositor: Michel F.M.) © 2006

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O Amor é Amável

O amor é simples e admirável,
Complexo e inexplicável,
Fogoso e insaciável.
Pode ser invisível ou palpável,

Mas é com toda a certeza cultivável.
Quando verdadeiro é durável,
Fortalecido é indestrutível, inquebrável,
Se derradeiro mantêm-se infindável,

Mas nunca, jamais, intolerável.
Sentimento fino e agradável,
Nele o respeito deve ser respeitável,
Em sua existência, honrado e louvável,

Dependendo o caso e a ocasião é inadiável.
O amor perfeito é invulnerável,
Não pode tornar-se desagradável,
Ou então degradar-se tornando-se degradável.

Resiste aos trejeitos, a avenida do amor é transitável,
Sempre plausível, nunca vaiável,
Terrível é aquele irrecuperável.
Quando em público é observável,

O amor inconsciente é inimaginável,
E se amamos quem ama a gente fica inseparável,
Prova de amor é inquestionável,
A palavra transcende; é inominável.

Se fosse metal seria inoxidável,
Sendo sincero é insubstituível,
Mas aquele aventureiro é instável.
Quanto mais alto mais intocável,

Se for um presente é irrecusável,
Para todos um dia será irremediável,
Em sua nobre presença indispensável,
O amor é amável.

(Compositor: Michel F.M.) © 2008

domingo, 14 de novembro de 2010

Culpada é a Culpa

Eu num falo sua língua,
Mas assisto o seu filme,
Meu país vive a mingua,
Mas é Penta o meu time.

Eu matei muita aula
Inda passei na prova,
Num sei escrevê,
Mas faço até trova, qué vê ?

A culpa não é minha,
A culpa não é sua,
Culpada é a culpa,
Culpando a toa.

A culpa é de quem ?
É da culpa também.
Culpada é a culpa,
Culpado num tem.

O fóda num é nem tá na moda,
É fazê cabê uma roupa doada,
Duvido que um ricaço, em sua alta condição,
Tem mais fome do que nóis, na sua refeição.

Vô pará por aqui, essa comparação,
Tô saindo pro almoço comprá 5 filão.
Num sei lê nem escrevê,
Mai esse verso é pra voçê !

Já rodei mais milhas de busão,
Do que um empresário vuou de avião,
Nunca ganhei uma gratificação,
Só uma hérnia de disco e poeira no pulmão.

Mas não reclamo da situação,
É sina de um povo vivê como povão,
Mas esse povo tamém tem coração.

A culpa num é minha,
A culpa num é sua,
Culpada é a culpa,
Culpano a toa.

A culpa é de quem ?
É da culpa também.
Culpada é a culpa,
Culpado num tem.

Vamô fazê de conta,
Que a culpa num é de ninguém,
Culpada é a culpa, culpado num tem.

(Compositor: Michel F.M.) ©

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Raloím

O caldeirão está quente,
A lua está cheia,
No cemitério tem gente,
Sem sangue na veia.

As ruas vazias e frias,
Feias, cobertas de medo.
Janelas e portas fechadas,
Pra noite ainda é cedo.

Sinônimo de mau presságio,
O terror está em estágio,
Esse é o fim. Raloím.

Bala de prata, estaca,
Água benta, magia branca,
Arrebenta com essa chibanca,
A Lápide do zumbi.

Na cripta do condenado,
O cavaleiro foi emparedado.

As letras vão subindo,
O escuro se calou,
A trilha fica alta,
O filme acabou.

Então a luz acende.
Dê ênd.

(Compositor: Michel F.M.)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Cruzada Milenar

Farei o convite e insisto em frisar,
Se é que você me permite te elogiar,
Seu semblante é o mais rico irradiar,
Nós te inscrevemos na cruzada milenar.

Transpareceu no seu gesticular,
A intenção de não se acomodar,
Vamos zarpar então, em uma cruzada milenar.

Pela extensão dos hemisférios,
Vamos propor o ativismo,
Nossa instituição não impõe critérios,
O parágrafo único é banir o egoísmo.

Iremos migrar em uma cruzada,
Não há previsão pra nossa chegada,
Não há restrição para sua estada,
Mas a condição é não se acomodar.

Através do milênio iremos cruzar,
A nossa Cruzada Milenar.

Não há comandados ou quem comandar,
Será como o impacto de um meteoro,
Devastador, mas sem machucar,
O grito de paz será: “Eu adoro, a-ju-dar...”

Transpareceu no seu gesticular,
A intenção de não se acomodar,
Vamos zarpar então, em uma cruzada milenar...

(Compositor: Michel F.M.) ©

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Não quero vagas

Ele:
Qual é o preço do seu horário ?
Pago em libras a consulta ?
Não quero vagas no seu diário,
Tenho fibra em minha conduta !

Ela:
Leia o letreiro, você foi pra escanteio,
Está fora de campo, seu menino feio.

Ele:
Vou curtir um período antes de me enroscar,
Outro tombo seguido ia me estilhaçar,
Em nossa relação não há mais vaga,
Eu fechei à conta, a pendência foi paga.

Ela:
Posso achar uma vaga bem especial,
Mas terá que esperar o comercial.

Ela:
Sou atarefada, você é desconfiado,
Se eu não achar vaga, não fique chateado.

Ele:
Não sou cismado, aceitei as derrotas,
Estou esgotado, leve suas lorotas.

Ele:
Não quero vagas, está dado o aviso,
A reserva anterior, só me deu prejuízo.
A madrugada é sem compromisso. E eh isso.

(Compositor: Michel F.M.) ©

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O que você precisa é o que precisamos

Precisa Saber que ser sábio é uma disfunção,
A maioria é sabida e sabe o que é bão.
Precisa Ler muito se quiser lembrar a citação,
Se quiser combinar excursão pro país da imaginação.

Precisa Ter uma meta, ter precisão,
Mas como ir em linha reta na escuridão ?
Siga os demais: estudar, trabalhar,
Descansar e ainda ter tempo pra diversão,

Ou, seja um pateta assim como eu,
Que acredita além das metas, nas arestas da inovação.
O que você precisa é o que precisamos,
Se está indeciso nós também estamos.

Precisa Ver muito além da visão,
Ou do cisco que traz confusão,
Pra retina e pra interpretação,
Das imagens que imagina.
Enxergar mais longe que a distração,
Ou a distinção que ainda assim nos fascina.

Precisa Crer que querer é querer
E poder pode ser outra ação,
Pode ser que sim, pode ser que não.
Pode separar ou dar continuação.

Precisa Ser a pergunta, a resposta e a explicação,
Mas tem que ser a aposta, o risco, a tentação.
O que você precisa é o que precisamos,
Se está indecisa nós também estamos.

E nessa indecisão nós precisamos,
Continuar e continuamos.

(Compositor: Michel F.M.)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Há grades e agrados

Estou sonolento de tanto deitar,
Leve os remédios não vou mais tomar,
Me apontam o dedo, me mantenho lívido,
Me chamam de doido, mas agora estou lúcido.

Por todos os lados há grades,
Por todos os lados agrados.
Eu cansei das grades, cansei dos agrados.

Por todos os lados paredes,
Por todos os lados tijolos,
Um peixe enroscado nas redes,
Grãos atirados ao solo.

Me chamam de doido, cansei de fingir,
Agora estou lúcido e penso em fugir.

Fui aprisionado, numa fortaleza,
Envenenado, com toda destreza,
Me reeditaram, me fizeram pirar,

E até me forçaram, sociabilizar,
Não sou sociável, cansei de fingir,
Sou pássaro livre, deixe-me ir.

Por todos os lados há grades,
Por todos os lados agrados.
Eu cansei das grades, cansei dos agrados.

(Compositor: Michel F.M.)